terça-feira, 22 de março de 2011

GIARDÍASE





Giardia spp -  protozoário (Giardia lamblia/Lamblia intestinalis) flagelado, binucleado e piriforme, que infecta o intestino delgado (dando um quadro de enteropatia numa série de espécies, inclusive cães, gatos e no homem), interfere na absorção da mucosa e algumas de suas espécies produzem diarréia. O papel, se é que há algum, dos cães e gatos na transmissão da giardíase e do homem não foi estabelecido e, conseqüentemente, o tratamento de todos os animais de companhia com giardíase pode ou não ter significado na prevenção da infecção humana.
Uma pessoa infectada elimina pelas fezes entre 300 milhões e 14 bilhões de cistos infectantes por dia. Sempre? Não. Há períodos de 7 a 10 dias em que não se elimina nada, justamente quando o hospedeiro resolve fazer um exame de fezes. Daí a importância de repetir exames que dão resultado negativo.
Existem duas formas : os trofozoítos móveis e os cistos infecciosos imóveis.
A Giárdia possui uma distribuição mundial, com prevalência de, pelo menos, 5% na maior parte da população. A incidência é mais alta nos animais jovens e animais confinados juntos em grupos.
CICLO VITAL
O ciclo vital da Giárdia é direto, e a fonte de infecção normal é a ingestão de alimento ou água contaminados com os cistos. Os animais silvestres são reservatórios potenciais.
Os cistos amadurecem no intestino delgado e os parasitas se agarram à mucosa; embora não invadam os tecidos, como as amebas fazem no intestino grosso, se a infestação for grande, os parasitas vão cobrir grande parte do revestimento intestinal.
SINAIS CLÍNICOS
a) a maioria das giardíases é subclínica, especialmente nos animais adultos;
b) a giardíase clinicamente aparente ocorre, mais freqüentemente, nos cães e gatos e caracteriza-se por má-absorção intestinal com grande volume de diarréia aquosa ou “semelhante à água de arroz”, de cor clara e odor fétido, esteatorréia, dores abdominais, anorexia, insônia, irritabilidade, sinais de deficiência de vitaminas A, E, D e K, e perda de peso. (Segundo Nilo Cairo, médico, em seu Guia de Medicina Homeopática, a cefaléia é um sintoma constante da giardíase.)
A diarréia pode ser aguda ou crônica, intermitente ou contínua e autolimitada ou persistente, e é chamada do tipo “fezes bovinas”.
c) a severidade da giardíase é potencializada por infecções virais, bacterianas ou helmínticas intercorrentes.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico definitivo da giardíase depende da identificação dos cistos (ovais) através de centrifugação-flutuação com sulfato de zinco das fezes ou dos trofozoítos flagelados móveis (piriformes) nas fezes diarréicas frescas suspensa em solução salina (realizar 3 exames antes de descartar giardíase), ou nas amostras duodenais   (aspirados, varreduras ou esfregaços de impressão de biópsias de mucosas.)
Os exames fecais negativos não excluem o diagnóstico de giardíase. Quando os exames fecais forem negativos, pode-se diagnosticar giardíase “oculta” indiretamente através da resposta de um experimento terapêutico de droga antigiárdia (como o Metronidazol). Os novos métodos de detecção da Giárdia através de um ensaio imuno-absorvente ligado à enzima (ELISA) e de técnicas de anticorpos imunoflurescentes (AIF) estão se tornando mais disponíveis.
OBSERVAÇÕES
As verminoses podem deixar o animal em estado febril (max. De 39,6ºC). Quando o animal apresentar temperaturas elevadas, é bastante provável que possua outra enfermidade associada. As doses e repetições devem ser adequadas de acordo com o fabricante do vermífugo e o ciclo do parasita. O tratamento deve ser realizado sempre com base no resultado de um exame de fezes, para se ter noção da quantidade e tipo de parasita.
TRATAMENTO
É de importância a desinfecção do ambiente com derivados de Amônio Quaternário. Três drogas atualmente disponíveis nos Estados Unidos são efetivas no tratamento da giardíase :
a) Metronidazol – é geralmente efetivo, com efeitos colaterais mínimos, embora até 1/3 das infecções possa ser resistente ao metronidazol.
b) Quinicrina – é efetiva no tratamento da giardíase canina, mas associa-se à alta incidência de efeitos colaterais (anorexia, letargia, vômitos e febre).
c) Furazolidona – é efetiva e conveniente para os gatos, pois se encontra disponível em forma de suspensão.
PREVENÇÃO
Disponível no mercado uma vacina que pode ser aplicada nos cães a partir de 02 meses de idade.

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